terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Deus de Spinoza

Quando perguntaram a Einstein se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.

"Baruch (Bento) Spinoza foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno." (Wikipédia) 

Seus estudos filosóficos o conduziram a uma compreensão de Deus totalmente diversa dos paradigmas religiosos e dentro dessa nova compreensão, se Deus falasse aos homens aconselharia: 



“Pára de ficar rezando e batendo o peito!
O que Eu quero que faças é que saias pelo mundo e que 
desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que
desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.


Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios
que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques,
nos rios, nos lagos, nas praias.
Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.


Pára de me culpar da tua vida miserável.
Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, 
ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei 
e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria.
Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.


Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas
que nada têm a ver comigo, se não podes me ler 
num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, 
nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir.
Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim.
Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.
Eu sou puro amor.


Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar.
Se Eu te fiz...
Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de
necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.
Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu SOU quem te fez? 
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos 
que não se comportam bem pelo resto da eternidade?
Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei;
são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.


A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida,
que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho,  
nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.


Eu te fiz absolutamente livre.
Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes.
Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. 
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida
um céu ou um inferno.


Não te poderia dizer se há algo depois desta vida,
mas posso te dar um conselho:  
Vive como se não o houvesse.
Vive como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar,
de amar, de existir. 
Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tenha certeza de que eu não vou te perguntar 
se foste comportado ou não.
Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste...
Do que mais gostaste? O que aprendeste?


Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar.
Eu não quero que acredites em mim.
Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada,
quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro,
quando tomas banho de mar.


Pára de me louvar!
Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeça m.
Te sentes grato?
Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?...
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.


Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio
o que te ensinaram sobre mim.
A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo 
e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora. Não me acharás!
Procura-me dentro... aí é que Estou, batendo em ti." (Baruch Spinoza)

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