segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vivemos às turras, mas nos amamos. Como parar com isto?

Vocês se amam, mas vivem às turras. Discutem brigam e acabam um para cada lado, lambendo suas próprias feridas e planejando um novo ataque. E mesmo assim dizem que ... SE AMAM!!! Como isto é possível? Por que magoamos aqueles a quem amamos? Por que não conseguimos expressar nosso amor? Por que sempre acabamos repetindo este padrão a cada relacionamento? E o que fazer depois com o monstro da culpa que nos agarra pelo pescoço e fica nos estrangulando?














Vamos entender o funcionamento disto em termos de energia.


Todos nós precisamos de energia para viver e sobreviver. E precisamos dela para nos sentir bem, para construir nossas personalidades e para encontrar nosso lugar na sociedade.

Podemos consegui-la de diversas formas: do alimento, da água, do ar, do amor, do dinheiro, da atenção, dos interesses, do reconhecimento, da aprovação, das amizades, etc.
E é aqui que está a pegadinha ou o nosso engano: enquanto pensarmos que esta energia precisa vir de outros seres humanos, iremos brigar muito por energia. A energia humana não é permanente. Por isso lutamos nos manter jovens e brilhantes. Sabemos que assim atraímos mais atenção e isso significa mais energia que extraímos dos outros.

Mas nem sempre isto funciona, então tentamos outra estratégia: chamamos a atenção dos outros através de um comportamento negativo*. Toda criança aprende este truque bem cedo: se ela estiver quieta brincando com seus brinquedos, a mãe fica tranqüila e pode conversar com alguém ou se envolver em alguma tarefa doméstica. Mas quando um filho machuca a irmãzinha ou se finge de doente, a mãe larga tudo para dar atenção exclusiva para ele. Pode ser que ela dê bronca, grite, fique nervosa ou irritada, mas isto não importa, toda sua atenção foi para aquele filho. E a criança aprende rápido qual comportamento lhe rende o máximo de atenção e energia dos pais. Um olhar duro é energia, uma bronca é energia, um grito é energia. É uma energia negativa, concordo, mas é melhor que nenhuma!

(*Sobre este assunto, sugiro que leiam o livro A Carícia Essencial, de Roberto Shinyashiki.)

O que tudo isto tem a ver com minha vida amorosa?

Quando crescemos e começamos a namorar, acontece um fenômeno muito interessante: recebemos muita energia em forma de atenção, interesse, tempo, atração sexual, etc. E tudo isto de graça! A outra pessoa nos dá toda esta energia livremente e em abundância sem que tenhamos nem pedir nem usar de nenhuma estratégia para consegui-la. Apaixonamos-nos e, neste estado, quase que flutuamos de tão embriagados de energia ficamos. Tudo fica cor-de-rosa, o mundo parece melhor, a vida parece mais fácil, nos sentimos mais leves e parece que amamos tudo e todos, até aquele vizinho chato! Nada pode nos abalar - nos sentimos seguros e cheios de energia. Epa! Mas esta é a energia dele ou dela, isto é, que vem dele/a! E a energia humana é limitada.

Pronto! Fomos pegos numa armadilha montada por nosso próprio engano. O fluxo de energia, que antes era abundante, começa a diminuir. O outro começa a precisar de energia para cuidar da própria vida, dos seus próprios interesses e atividades que tinha antes de lhe conhecer.


E aqui encontramos nosso primeiro aprendizado: precisamos aprender a viver mais da energia da própria Fonte de Energia, e não de outro ser humano.

Agora, com menos energia de graça, precisamos nos virar para consegui-la. E logo agora que já estávamos acostumados a obtê-la livremente, sem fazer nada para isso!
É neste momento que dispara o nosso mecanismo desenvolvido na infância de como obter energia. Este mecanismo funcionou bem com nossos pais e é disparado quando nosso sistema energético constata alguma escassez de energia.

Podemos, então, nos fazer de vítima: "Olhem só tudo que faço e ninguém reconhece!" Ou podemos conseguir atenção sendo agressivos, gritando e dominando os outros. Podemos ainda atormentar o outro com tantas perguntas até que ele se deixe ser controlado. E ainda podemos fazer o jogo do silêncio - não falamos e não reagimos, recusamos qualquer contato até que o outro comece a fazer o que pode para conseguir algum contato. Você conhece bem o tipo, não é?
- O que você tem?
- Nada.
- Como nada?
- Nada, oras!

E destas formas conseguimos a atenção e energia dele ou dela.

Com este mecanismo conseguimos, é lógico, que o outro nos dirija sua energia. Mas e depois? Agora o outro também está defasado em sua própria energia e quer sua energia de volta. Neste momento o mecanismo dele desenvolvido na infância é disparado para conseguir a sua atenção e energia. E ele irá gritar com você, ou se fazer de vítima ou ignorá-lo ou torturá-lo com mil perguntas.

Percebe que estamos sempre roubando energia de alguém próximo e querido? E roubar energia é o mesmo que magoar quem amamos.

O que podemos fazer para evitar tudo isto?

Primeiramente, deveríamos entrar em contato com outras pessoas somente quando estamos nos sentindo bem energeticamente. É da responsabilidade de cada um gerar sua própria energia. Quando estamos plenos de energia e conscientes de como funciona este mecanismo, podemos até doar nossa energia no lugar de retirar das outras pessoas.

E como fazer para se completar energeticamente? Buscando na Fonte cuja energia está sempre à sua disposição em abundância. Como? É simples, muito simples. Aprecie a vida, valorize as coisas boas que acontecem, abençoe tudo que já tem, ame seu animalzinho, admire a natureza, reflita na imensidão dos oceanos, dance, cante, ore, medite, respire lenta e profundamente por 3 minutos, pinte, leia textos inspiradores, agradeça pelas pequeninas coisas que tornam sua vida mais fácil, mexa em suas plantas, tome uma ducha bem gostosa e cante no banheiro, jogue bola com seu filho, enfim faça coisas que elevem seu nível de energia que é um indicativo de sua maior ou menor afinação com a Fonte de Energia.

Faça uma lista com cada atividade que aumenta seu nível de energia. E quando se vir às turras com alguém, pare tudo e faça uma das atividades de sua lista antes de prosseguir. E só prossiga quando estiver repleto a ponto de enviar e doar sua energia para o outro graciosamente. Agora você está realmente amando.



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